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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Crianças que não comem - como tratar dificuldades alimentares infantis

Falta de interesse pela comida afeta progresso cognitivo e pode comprometer o desenvolvimento e o crescimento natural das crianças

Nos primeiros anos de vida dos filhos é comum escutar dos pais a reclamação de que os pequenos não se alimentam bem. São aquelas crianças, geralmente entre um e cinco anos, que começam a apresentar menor interesse pela comida e frequentes oscilações na preferência e aceitação dos alimentos. Chamadas de picky eaters (termo que pode ser traduzido como “comedores seletivos”), essas crianças têm um comportamento alimentar que pode variar de excluir determinados grupos de alimentos (como verduras, legumes ou peixe, por exemplo) a pular refeições, ou, simplesmente, comer muito pouco. Na maioria das vezes, a criança aceita somente um modo de apresentação e preparo dos alimentos ou se ela gasta muito tempo para se alimentar – as crianças que não comem bem levam em média 23 minutos para completar a refeição, enquanto o tempo gasto pelas outras crianças é de aproximadamente 19 minutos.

De acordo com os especialistas, 50% das crianças podem ser identificadas como picky eaters. Entretanto, para os pais, não é simples lidar com este problema. Cabe à nutricionista ou ao médico, na maioria das vezes o pediatra, ajudar a identificar tal comportamento. O importante é buscar a orientação profissional.

Diversos motivos impulsionam a criança a assumir essa postura diante da comida. Entre as influências comuns nessa fase da vida, estão a desaceleração do crescimento a partir de um ano, que tem como consequência a diminuição do apetite; a capacidade gástrica limitada, isto é, crianças pequenas têm estômagos pequenos; e a troca da dentição, que pode causar desconforto na hora de mastigar. Por outro lado, influências externas também podem determinar um comportamento repulsivo pelos alimentos – os hábitos da própria família têm enorme peso nas decisões da criança. Além disso, o momento da refeição acaba sendo usado como uma maneira de chamar a atenção, de mostrar capacidade de decidir por si e até mesmo negociar com os pais. "A refeição é um campo de batalha natural para a criança, a primeira oportunidade de experimentar independência", analisa Mauro Fisberg, nutrólogo e pediatra da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).

Se o grau de dificuldade alimentar da criança chega a interferir substancialmente em sua socialização e desenvolvimento, é necessária uma intervenção. Por outro lado, a criança com essas características não desenvolve doenças orgânicas e sim carências nutricionaiscomo deficiência de ferro, cálcio e vitaminas do complexo B. “Tudo depende da percepção dos pais. Reações negativas como chorar, cuspir ou até vomitar diante de novos alimentos, lapsos de atenção e concentração, variações de peso e apatia são sinais de alerta para os pais”, explica Fisberg. O tratamento oferecido deve incluir orientações nutricionais, comportamentais e psicológicas, não só para a criança, mas também para os pais e irmãos. “As divergências na hora da comida causam ruídos no relacionamento entre pais e filhos e podem até interferir na relação do casal”, pondera o pediatra. Seguir algumas dicas e apostar em complementos/ suplementos nutricionais como o PediaSure, desenvolvido pela área de Nutrição da Abbott, podem melhorar o aporte nutricional dos pequenos e acalmar os ânimos à mesa. Entre as orientações dos especialistas estão:

:: Evitar distração durante a refeição (ex.: televisão), não usar truques, não enganar ou subornar;

ü Adotar uma atitude neutra diante das rejeições e do mau comportamento à mesa;

ü Criar uma alimentação que incentive o apetite (vale apostar em pratos bem coloridos, com comidas enfeitadas);

ü Limitar a duração das refeições;

ü Oferecer alimentos adequados a cada idade;

ü Introduzir novos alimentos sistematicamente;

ü Incentivar alimentação independente;

ü Tolerar, com moderação, a bagunça com a comida, apropriada para a idade;

ü Oferecer frutas, verduras e legumes em todas as refeições;

ü Oferecer os mesmos alimentos com diferentes apresentações/texturas (cozido, frito, assado, etc);

ü Diminuir a preparação das “comidas favoritas”;

ü Sentar a criança à mesa com os outros membros da família;

ü Para aquelas crianças que bebem muito leite, diminuir o volume e a frequência;

ü Limitar o consumo de líquido durante a refeição. Água e suco devem ser oferecidos durante a refeição com cuidado;

ü Respeitar períodos de pouco apetite e preferências alimentares;

ü Oferecer pequenas quantidades de comida para não desencorajar a criança a comer;

ü Listar as preferências da criança e, toda semana, acrescentar dois tipos diferentes de comida com textura semelhante ao grupo original.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Gagueira em crianças: dicas para diagnosticar

A fala se desenvolve principalmente nos três primeiros anos de vida. Entre os 2 e os 6 anos, é comum que a criança apresente dificuldade em falar algumas palavras ou alguns sons mais difíceis. Neste período de aquisição de linguagem, a criança pode gaguejar, por estar em plena fase de aprendizagem da língua e por ainda não ter certeza de como pronunciar determinados sons. Nesses casos, pode haver a remissão espontânea da gagueira, quando o processo de aprendizagem se completa. Porém, a gagueira pode evoluir e se manifestar de diversas formas e intensidades e em diferentes períodos da vida de uma mesma pessoa. É importante que os pais prestem atenção às seguintes dicas:

· Veja se a criança sente muita dificuldade para articular determinadas palavras ou frases

· Preste atenção em sinais como tensão ou esforço ao falar, repetições mais rápidas e irregulares com finalizações repentinas

· Observar se ela apresenta dificuldade de relacionamento com os amiguinhos, se evita, sente medo ou frustração ao falar ou se responde apenas com movimentos de cabeça

· Observe há quanto tempo a criança apresenta disfluências e se existem outras pessoas na família que também apresentam dificuldades de fala

· Se perceber que a criança apresenta alguma dificuldade de fala, ajude-a a entender suas dificuldades para melhor lidar com as situações, de forma a obter mais segurança e diminuir a ansiedade

Caso a gagueira comece a ficar mais freqüente, recomenda-se avaliação e tratamento ou acompanhamento fonoaudiológico. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores poderão ser os benefícios da terapia.

De acordo com o IBGE, a população brasileira é de 192 milhões de pessoas. Segundo o Instituto Brasileiro de Fluência (IBF), a incidência da gagueira no Brasil é de 5%, ou seja, 9,5 milhões de brasileiros estão passando por um período de gagueira neste momento. Este número é maior do que a população da cidade do Rio de Janeiro. A prevalência da gagueira é de 1%, ou seja, 1,9 milhão de brasileiros gaguejam há muitos anos de forma persistente, crônica. Este número é maior do que a população de Manaus ou Curitiba.

Érica Ferraz, fonoaudióloga do Grupo Microsom

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Livro ensina educar para um mundo sustentável

As transformações socioeconômicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente o comportamento de empresas dos mais diversos segmentos que até então eram acostumadas à pura e exclusiva maximização do lucro. A ideia de responsabilidade social incorporada aos negócios é, portanto, relativamente recente. Com o surgimento de novas demandas e maior pressão por transparência nos negócios, as organizações se vêem forçadas a adotar uma postura mais responsável nas ações com seus públicos.

Para tratar do tema, a Editora Gente traz "Sustentabilidade XXI - Educar e inovar sob uma nova consciência" de Rodrigo Costa da Rocha Loures, um exemplo de criatividade, iniciativa e inovação. O livro mostra como direcionar ciência e tecnologia para fins públicos, evitando danos sociais e ambientais pela falta de compreensão sistêmica sobre os efeitos de longo prazo.

Com grande experiência empresarial baseada em inovação, o autor é integrante do Conselho de Ciência e Tecnologia da Presidência da República, presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e coordenador de Mobilização Empresarial pela Inovação na Confederação Nacional da Indústria (CNI), da qual é vice-presidente.

Sua visão se baseia em profundo estudo empírico e na aplicação prática em sua empresa, a Nutrimental, líder nacional em barras de cereais. A obra visa também suscitar reflexão e diálogo a respeito do desafio de se oferecer uma educação empresarial responsável e promover o valor da inovação sustentável como caminhos em favor do bem-estar da vida humana no planeta, afirma.

Loures argumenta que sustentabilidade é, hoje, "o novo nome do desenvolvimento, incluindo suas várias dimensões: econômica, social, cultural, físico-territorial e ambiental, político-institucional, científico-tecnológico e, para alguns, principalmente espiritual".

O empresário paranaense traça um panorama entre o presente e o futuro, entre a consciência, a semeadura da sustentabilidade e os caminhos para a inovação e a mudança em prol ao mundo sustentável. "Este livro documenta o papel criativo dos brasileiros que apoiaram os dez Princípios de Boa Governança Corporativa e os seis Princípios de Educação Responsável de Gestão Empresarial do Pacto Global (proposto por Kofi Annan, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas). Revela como o Brasil caminha em direção a negócios e mercados mais éticos - ajudando a definir sustentabilidade e inovação sustentável para o século XXI", avalia Hazel Henderson, presidente do Ethical Markets Media e uma das lideranças mundiais do movimento que prega desenvolvimento econômico com benefício social e ambiental.

"Sustentabilidade é a nova e grande oportunidade de crescimento, de negócios e construção da nova economia. A economia verde. Na passagem do século XIX para o XX, o desafio era dominar os meios para obter escala. Fizemos isso bem demais (e exageramos na dose). Temos, agora, que incorporar rapidamente o novo entendimento sob pena de comprometermos a espécie humana e sua existência neste planeta", completa o autor.

"Sustentabilidade XXI" é lançamento de dezembro pela Editora Gente e está disponível em todas as livrarias.

Dados do livro:

Título: Sustentabilidade XXI - Educar e inovar sob uma nova consciência

Autor: Rodrigo Costa da Rocha Loures

Editora Gente

Preço:R$ 59,90

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Professora defende movimento tecnofágico no V Congresso Internacional EducaRede

A professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Roseli de Deus Lopes, defendeu ontem, durante palestra proferida no V Congresso Internacional EducaRede, em Madri, que existe a necessidade de um movimento tecnofágico no que se refere à inserção de novas tecnologias na sala de aula. "É preciso entender o que está acontecendo hoje, para não sermos apenas consumidores, mas produtores de textos, conteúdos e de tecnologias, criando assim uma geração que possa dismistificar os computadores", disse, a uma platéia de aproximadamente 2 mil pessoas. O evento, que ocorre a cada dois anos, tem como tema a "Inovação na Escola" e o Brasil como país convidado.

Para Roseli, colocar computadores na escola não garante qualidade na educação. "O dispositivo pode ser usado para o bem ou para algo superficial", alertou. No entanto - ponderou ela - trata-se de condição necessária para esse novo milênio. Segundo ela, mais de 70% das escolas das capitais brasileiras já têm computadores. Mas há muitos desafios a serem vencidos, como a falta de interação entre os professores, numa discussão coletiva de atividades. "Os professores conseguem vencer o desafio tecnológico, mas não se sentem preparados do ponto de vista pedagógico", afirmou.

Diretora da Estação Ciência da USP, Roseli apresentou estudos referentes a três projetos envolvendo o uso de novas tecnologias nas escolas. Em um deles, a respeito do Projeto Lap Top Educacional, a conclusão a que chegou foi de que é necessária a disponibilização de laptps baratos e duráveis, para que os alunos os levem para casa, além da necessidade de conectividade sempre que possível, com consumo racional de energia. "O ponto mais crítico é a melhoria da aprendizagem", disse. Para isso, é precisso maior interação e discussção coletiva das atividades por parte dos professores, o que a tecnologia digital pode favorecer, pela facilidade de encontros assíncronos entre eles.

Roseli de Deus Lopes falou após a abertura do Congresso, que teve a participação do presidente da Telefônica na Espanha, Cesar Alierta. Segundo ele, o binômio educação-tecnologia é fundamental para a construção de nossa sociedade, no estágio atual em que se encontra. Representando o Brasil, o secretario de Educação a Distância do Ministério da Educação, Carlos Eduardo Bielshosvsky, disse que o Brasil tem feito um grande esforço para promover a inclusão digital, com vistas a inclusão social. "A dificuldade é fazer chegar a banda larga a todos os recantos e, para isso, contamos com empresas como a Telefônica".

O Congresso acaba dia 28 de novembro e reúne dezenas de especialistas em educação nos países ibero-americanos para debater questões ligadas à inovação e ao uso educativo das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). As discussões acontecem em Madri, durante a realização do V Congresso Internacional EducaRede, promovido pela Fundação Telefônica da Espanha e que, neste ano, tem o Brasil como país convidado. Durante o evento, será lançado o portal EducaRede global, que incorporará conteúdos dos portais dos oito países participantes do programa, ou seja, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Venezuela, Peru e Espanha.

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

V Congresso Internacional EducaRede reúne, em Madri, especialistas para debater a inovação na escola

Entre 26 e 28 de novembro, dezenas de especialistas em educação nos países ibero-americanos estarão debatendo questões ligadas à inovação e ao uso educativo das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). As discussões acontecerão em Madri, durante a realização do V Congresso Internacional EducaRede, promovido pela Fundação Telefônica da Espanha e que, neste ano, tem o Brasil como país convidado. Durante o evento, será lançado o portal EducaRede global, que incorporará conteúdos dos portais dos oito países participantes do programa, ou seja, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Venezuela, Peru e Espanha.

O Congresso, que ocorre a cada dois anos, terá cerca de 2.000 participantes, que debaterão sobre o tema “Inovar na Escola – Modelos, Experiências e Protagonistas da Integração das TIC”. Os objetivos do evento são apresentar e analisar as experiências educativas mais inovadoras que estão sendo realizadas com as TIC na escola, bem como discutir o processo de mudança tecnológica, pedagógica e social que a integração das TIC implica dentro dos múltiplos desafios com que se depara a educação hoje. O evento também pretende refletir sobre as tendências e os cenários futuros da inovação.

Como país convidado, o Brasil contará com a participação de representantes de destaque no panorama atual brasileiro em matéria de inovação educativa, assim como com as experiências mais relevantes colocadas em prática por docentes no país. Foram inscritas 3.191 experiências brasileiras no site do Congresso.

Neste ano, o Congresso inovou em sua forma, ao criar uma versão on-line, para apresentação de palestras, promoção de chats, workshops e encontros com especialistas, com o intuito de antecipar questões que serão debatidas no encontro presencial. As atividades virtuais tiveram início em setembro e contaram com cerca de 13 mil pessoas inscritas de mais de 30 países, sendo três mil brasileiros.

 

Destaques da programação

A primeira sessão plenária do Congresso, já no dia 26, estará a cargo da brasileira Roseli de Deus, professora do departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e diretora da “Estação Ciência”, da USP. Ela vai falar sobre “Meios eletrônicos Interativos e Desafios”. Na sequencia, outra professora brasileira, Maria Elizabeth de Almeida, doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, dividirá a mesa com os espanhóis Antonio Rodriguez de las Heras e Salvador Aragon, para debate sobre “Condições e objetivos da Inovação Educativa”.

Para finalizar o dia, o professor Rogério da Costa, doutor em História da Filosofia e professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo, apresentará experiências de destaque no que se refere à integração das TIC na vida escolar. Ele representará a América Latina.

No dia 27, o Brasil estará presente na sessão plenária sobre “Horizontes da Inovação”, através da participação do professor e diretor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, Nelson Pretto. Ele dividirá a mesa com a norte-americana Jane McGonigal, desenvolvedora de jogos para a resolução de problemas e visão de tendências futuras, e com o filósofo argentino Alejandro Piscitelli.

O encerramento do evento, no dia 28, estará a cargo do espanhol Manuel Castells Oliván, catedrático de Sociologia e Urbanismo da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e diretor do Internet Interdisciplinary Institute. Ele vai discorrer sobre “A educação na era da Internet”.

 

Sobre o EducaRede

O EducaRede (www.educarede.org.br) é um dos maiores programas desenvolvidos pela Fundação Telefônica onde a instituição está presente. Por meio de um portal na Internet, seu objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade da educação, estimulando a integração das TIC no cotidiano da escola pública e possibilitando a inclusão digital aos milhares de jovens que participam dos projetos.

 

Sobre a Fundação Telefônica no Brasil

Criada em 1999 com o objetivo de coordenar o investimento social do Grupo Telefônica no Brasil, a Fundação Telefônica completa 10 anos de atuação no País. Nesse período, mais de 500 mil pessoas foram beneficiadas direta ou indiretamente com os projetos de desenvolvimento social, que têm como eixos centrais a consolidação dos direitos das crianças e dos adolescentes e a melhoria da qualidade da educação pública. Hoje, seus principais programas são o EducaRede e o Pró-Menino. A Fundação Telefônica mantém ainda os programas Arte e Tecnologia e Voluntários Telefônica.

 

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Salário de professores do ensino básico é inferior à média nacional

Em comparação com a média nacional de 2003 que era de R$ 994, houve um crescimento de R$ 53,6% na renda dos professores nos últimos cinco anos

Professores da rede básica de educação de 16 estados recebem salário inferior à média nacional que é de R$ 1.527 mensais. Os professores do Distrito Federal são os mais bem remunerados, R$ 3.360, mais que o dobro da média brasileira. Os de Alagoas recebem, em tese, uma média mensal de R$ 1.298. O Brasil tem 1,7 milhão de professores na rede básica de ensino. Os números se referem a 2008 e estão em um levantamento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) sobre a folha de pagamento média de professores das redes públicas municipal e estadual nos 26 estados e no Distrito Federal.
Os valores já incluem gratificações e consideram a renda do trabalho padronizado para 40 horas semanais. Em 2003, a média nacional era de R$ 994, quando 19 estados remuneravam seus professores com valores inferiores à média brasileira. Os dados revelam um crescimento de R$ 53,6% na renda dos professores nos últimos cinco anos. De 2003 até 2008, os educadores do Piauí viram a sua remuneração dobrar, hoje é de R$ 1.105, enquanto os profissionais pernambucanos tiveram apenas R$ 281 de aumento.
A matéria foi publicada nos principais jornais do país – 17/10/2009 e 18/10/2009

89% das crianças e adolescentes que fazem xixi na cama são agredidos

Em todos os 132 casos nos quais foi relatada agressão, houve ofensa verbal com brigas, gritos ou xingamentos, em 50,8% dos casos a criança sofreu algum castigo e em 48% disseram que eram surrados

Estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) sobre violência doméstica contra crianças e adolescentes que fazem xixi na cama mostrou que 89% dos 149 entrevistados, pacientes entre seis e 18 anos do ambulatório de pediatria ou do Núcleo de Estudo da Saúde do Adolescente do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj, sofreram algum tipo de agressão.
Em todos os 132 casos nos quais foi relatada agressão houve ofensa verbal com brigas, gritos ou xingamentos contra eles. Em mais da metade (50,8%) houve punição física sem contato, ou seja, a criança sofreu algum castigo e 48% disseram que apanhavam. O mais preocupante é que essas agressões são recorrentes, acontecendo quase que diariamente em 88,4% dos casos, sendo a mãe a principal agressora (87,9%).
Para os pesquisadores, a alta taxa de agressão sugere que as famílias não reconhecem a enurese noturna (incontinência urinária durante o sono, pelo menos duas vezes por semana, durante três meses seguidos) como uma doença e que a violência é culturalmente aceita como forma de educação. Eles também observaram que quanto mais alto o nível de escolaridade, maior a compreensão da família.
Jornal da Tarde (SP); Jornal do Estado (PR); Jornal do Commercio (PE); O Estado de São Paulo (SP) - 17/10/2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Previdência Privada para crianças em alta no Brasil


A estabilidade econômica permitiu o maior planejamento financeiro do futuro dos filhos

Os planos para crianças são os que mais crescem no ramo da previdência privada. De janeiro a julho de 2009, essa modalidade de plano arrecadou R$ 1,375 bilhão, o que equivale a um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).
A média de crescimento do mercado, de acordo com a entidade foi de 11,38%. Para o vice-presidente da Fenaprevi Carlos Guerra, a queda das taxas de juros e a possibilidade da operação com ações por meio dos planos de previdência têm atraído os pais preocupados com o futuro dos filhos. “Além disso, os produtos estão mais acessíveis, com contribuições a partir de R$ 40”, diz. Segundo ele, os planos para crianças vem crescendo a uma taxa de dois dígitos desde 2006 e devem se manter nesses patamares pelos próximos anos.
“A nossa expectativa é que continue crescendo porque esse produto foi testado em situações de crise e mostrou consistência”, diz. Outros fatores, como a possibilidade da tributação da poupança acima de R$ 50 mil, que está sendo discutida no governo, pode também atrair mais clientes para os planos de previdência privada no ano que vêm. De acordo com o presidente da Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP), Mauro César Batista, além das condições econômicas, a cultura dos pais também passa por mudanças. A modernidade dos planos de previdência em relação às cadernetas de poupança também tem atraído mais os pais”, observa.
O superintendente comercial da seguradora Brasilprev, Arizoly Rodrigues Pinto, diz que a estabilidade econômica permitiu o maior planejamento financeiro do futuro dos filhos. “Hoje os pais aproveitam a flexibilidade dos planos de previdência para crianças para garantir uma fonte de recursos para seus filhos”, afirma. Segundo ele, atualmente há um desenvolvimento da participação das classes C e D, que procuram os planos para crianças. Parte desse crescimento se deve ao lançamento de produtos mais baratos.

Jornal da Tarde (SP) – 03/10/2009

Para entender mais sobre o uso da Previdência Privada no planejamento da educação dos filhos veja este post.
E se você deseja fazer uma simulação da Previdência Privada para seu filho, entre em contato.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

MEC anuncia nova prova do ENEM para novembro

MEC já tem uma nova prova elaborada para ser aplicada em substituição à antiga que teria vazado

A prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será realizada na primeira quinzena de novembro. O ministro da Educação, Fernando Haddad, ordenou ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (inep) prioridade máxima na nova prova. Haddad informou, na manhã de ontem (01), que o MEC já tem uma nova prova elaborada para ser aplicada em substituição à antiga que teria vazado. “Temos questões no banco de dados que foram preparadas para esse tipo de eventualidade, e o tempo necessário para aplicação é o de impressão”, diz.
A pedido do ministro a Polícia Federal abriu uma investigação para saber quem são os responsáveis pelo vazamento. Ele acrescentou que será feita, agora, não apenas uma investigação para identificar e prender os autores da fraude, mas também para descobrir como foi possível o furto de um exemplar da prova. O adiamento causou protesto de estudante em várias cidades. As provas que vazaram foram publicadas ontem no site do MEC e pode ser usada como simulado.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Bienal Internacional do Livro de Pernambuco começa neste sábado


A 7ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco começa no dia 3, no Centro de Convenções do Estado, entre Recife e Olinda, com programação que inclui oficinas literárias, apresentações teatrais, interpretação textual, palestras, debates, entrevistas e novidades como uma inversão de papéis entre escritores e público. No último dia do evento, 12, os convidados ficarão na platéia, enquanto os leitores sentarão-se à mesa como palestrantes. Entre os ouvintes, estarão nomes consagrados da literatura: Pedro Juan Gutiérrez (Cuba), Tayari Jones (Estados Unidos), Federico Andahazi (Argentina), Itala Vivan (Itália), Alberto Fuguet (Chile) e Raimundo Carrero, Eglê Malheiros, Alberto Mussa, Xico Sá, Fernando Gabeira, Luis Costa Lima, Marçal Aquino, Geneton Morais Neto, Marcelino Freire (Brasil).

A Bienal de Pernambuco já é a terceira do País, atrás apenas das do Rio e São Paulo. Para os 11 dias de feira, a expectativa é superar os números das últimas edições e congregar um público acima dos 550 mil registrados na bienal passada. O evento deve movimentar R$ 24 milhões em seus 280 estandes e mais de 700 editoras já confirmaram participação.

Com curadoria do jornalista e escritor Homero Fonseca e do poeta, tradutor e ensaísta Delmo Montenegro, o grande objetivo da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco é fazer uma grande celebração em torno de um produto nobre como é o livro, que sempre agrega valor e estimula a capacidade criativa das pessoas. Por isso, existe uma preocupação da organização em sempre abrir espaço para editoras ainda de pouca visibilidade, possibilitando uma maior diversidade na oferta de títulos. A idéia é apresentar livros que não são achados na maioria das livrarias. E sempre com o cuidado de viabilizar estas ofertas com preços acessíveis.

Outra inovação da Bienal pernambucana: os leitores poderão terminar de escrever um conto d escritor Raimundo Carrero, ver sua história veiculada na TV e ainda concorrer a um computador portátil, uma impressora ou uma Pen TV. Trata-se da promoção “Termine essa história”, que está aberta até o dia 28 de setembro. Para participar, basta assistir ao vídeo que está no site www.bienalpernambuco.com e depois terminar a história com até 240 caracteres. As três histórias mais criativas serão premiadas.

Cancelada prova do ENEM

Denúncia de jornal, de que o exame teria vazado, motivou a suspensão. Expectativa do MEC é realizar nova prova em 45 dias.

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) cancelou na madrugada desta quinta-feira (1º) a prova do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), que seria aplicada neste final de semana, disse a assessoria de comunicação social do MEC, que confirmou também que a decisão partiu do ministro Fernando Haddad, após conhecer denúncia feita pelo jornal “O Estado de São Paulo”, de que a prova teria vazado.

Haddad concederá entrevista nesta quinta, na sede do MEC, em Brasília, para explicar os procedimentos com relação ao Enem. O MEC tem uma segunda versão da prova, mas ainda não está confirmado se essa versão poderá ser utilizada.

Cerca de 4,1 milhões de candidatos realizariam o exame. A expectativa do MEC é realizar a próxima prova, que tem como responsável o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 45 dias.

O jornal “O Estado de São Paulo” denunciou que foi procurado por um homem que disse ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado (3) e no domingo (4), e que queria vender o material por R$ 500 mil.

Fonte: G1

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Chat sobre o novo ENEM

Para esclarecer dúvidas de internautas sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o G1 realizará nesta terça-feira (29), às 17h, um chat com Heliton Tavares, diretor de Avaliação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC.
O exame será aplicado no próximo sábado (3) e domingo (4) para mais de quatro milhões de pessoas, distribuídas em mais de 10 mil escolas no país.
As notas da prova serão usadas pelas universidades de quatro formas:


- Como fase única

- Como primeira fase

- Combinado com o vestibular da instituição

- Como fase única para as vagas remanescentes do vestibular

Acesse o link do videochat do novo ENEM hoje (29/09) às 17 horas.
Não perca.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Confira os locais da prova do ENEM 2009

O MEC está informando via sms os locais onde cada aluno deverá fazer sua prova, segundo o governo, a maioria dos inscritos já recebeu o torpedo, entretanto aqueles que por ventura mudaram o número ou não receberam podem acessar a página do INEP e conferir onde farão a prova. O ENEM é realizado hoje em 1560 cidades brasileiras e 70% dos alunos do ensino médio fazem a prova, mas o projeto do MEC é continuar crescendo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Novo ENEM vai exigir mais raciocínio do que memória


o novo Exame Nacional do Ensino Médio procura aferir, basicamente, a capacidade de raciocínio em questões que combinam as várias áreas do conhecimento e traduzem a vida real

Quatro milhões e meio dos 5 milhões de jovens brasileiros que vão tentar garantir uma vaga na universidade neste ano vivem as angústias típicas de um momento decisivo, e mais uma: eles compõem o primeiro grupo de estudantes que fará o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova recém-criada pelo Ministério da Educação (MEC) com o objetivo de substituir o velho vestibular. A mudança estreia em 23 das 55 universidades federais do país e em mais 500 faculdades particulares. Outras 500 instituições, entre elas Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também vão adotar o Enem, mas apenas como parte de seu processo seletivo.
A expectativa do MEC é que, até 2012, todas as federais abandonem seu concurso. Desde 1911, quando surgiu o primeiro vestibular no Brasil, não se via uma transformação tão radical, e ela é um avanço em pelo menos dois aspectos. O primeiro diz respeito ao conteúdo da prova. Enquanto o velho vestibular exige do aluno a memorização de uma quantidade colossal de fórmulas, datas e nomes, o novo exame procura aferir, basicamente, a capacidade de raciocínio em questões que combinam as várias áreas do conhecimento e traduzem a vida real. O outro se refere à implantação do sistema unificado de prova.
O exame será o mesmo em todas as faculdades em que for adotado. Isso significa que, com uma única nota, o aluno terá agora em mãos um passaporte de entrada para centenas de universidades em todo o país. Mais complexa e abrangente do que o extinto Enem, criado pelo MEC em 1998, a nova prova foi concebida sob a inspiração do Scholastic Assessment Test (SAT), o exame de admissão às universidades americanas, e do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), teste internacional que afere a qualidade do ensino. As iniciativas são consideradas as mais evoluídas no mundo das avaliações atualmente.
Para o coordenador do Pisa, Andreas Schleicher, com tanta informação disponível na internet, não faz mais sentido querer medir quanto conhecimento o jovem armazenou na escola, mas, sim, como ele é capaz de processar essas informações para chegar à solução de problemas concretos. Sob esse prisma, tirando algumas boas exceções, o vestibular se tornou uma prova anacrônica, que, com o tempo, foi deixando de espelhar as reais demandas da própria sociedade. O que se espera dos jovens hoje, afinal, é que se tornem profissionais com elevado grau de raciocínio e inventividade para lidar com um crescente número de situações inesperadas. A maioria das escolas de nível médio, inteiramente voltadas para treinar os jovens para o vestibular, acaba valorizando o excesso de “decoreba” e de conteúdo em detrimento de um mergulho mais aprofundado nos assuntos. Espera-se que a prova do MEC influencie positivamente o ensino médio do país. Para a doutora em educação Maria Inês Fini, os alunos absorvem poucos dos conceitos essenciais na escola. “É preciso repensar com urgência esse sistema", diz.
Repaginar um modelo de ensino não é exatamente um processo rápido, mas o Enem já começou a dar um empurrão nas escolas nessa direção. A prova do Enem ocorrerá nos dias 3 e 4 de outubro.
Revista Veja, Gabriele Jimenez, Renata Betti e Renata Moraes – 20/09/2009

Veja também o post Gillette lança Simulado ENEM

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A criança não é um adulto em miniatura


Isso tooooodo mundo sabe. Será que sabe mesmo? Este é um conceito fácil de ser aceito, mas difícil de ser posto em prática. Crianças não chegam com manual de instruções (que pena, não é mesmo?).

Você sabia que a criança:
- Tem o campo de visão mais estreito do que o do adulto e confunde "ver" com "ser visto" (ou seja, a criança cobre seu rosto e acha que ninguém a vê)?
- Não detecta facilmente de onde provêm os sons e se distrai facilmente com eles (parando, inclusive, de mamar para prestar atenção no que a rodeia)?
- Procura sempre satisfazer, antes de tudo, suas necessidades? Atrás de uma bola vem sempre uma criança ... que não dá atenção a mais nada, dominada por impulsos irresistíveis que a fazem esquecer de tudo, especialmente dos riscos.
- Procura imitar sempre os adultos, não importando se são coisas "boas ou ruins", porque se espelha neles (especialmente em seus pais) para aprender como deve agir? E isso vale, não só para as características comportamentais, como também, para questões de seu desenvolvimento físico. Crianças apresentam doenças próprias da infância. Isso deveria ser lógico, mas... temos cada vez mais crianças apresentando doenças de adultos (obesidade, hipertensão, diabetes, problemas de colesterol, triglicérides e outros). Até nesse campo, a criança está "imitando" o adulto.
É importante que os profissionais, que se propõem a cuidar de seus filhos, sejam especializados e habituados a tratar de crianças. E no campo da saúde, o responsável deve ser sempre um Pediatra.
Cada criança é única. E é aí que reside toda a graça e toda a magia da criança. E cada uma delas contém em si um universo próprio, também único. Não há como dissociar cada parte do desenvolvimento de uma criança. Quando está bem, a criança se desenvolve como um todo. Mas quando ela adoece, também adoece como um todo.
O professor Eduardo Marcondes (in memorian), mestre e pediatra em meu curso da Faculdade de Medicina da USP, me ensinou que toda criança que adoece pode apresentar falta de apetite, alteração de humor, febre, vômito diarréia, independente de que doença estejamos falando (reação global inespecífica da criança doente). Com o tempo, pude observar, na minha experiência profissional, que isso acontece não só em suas doenças físicas, mas também nas de fundo emocional.
O homeopata pode ser um especialista de grande valia para acompanhar seu filho neste tumultuado, mas maravilhoso período de sua vida. A homeopatia é uma especialidade médica que busca conhecer e tratar o organismo do indivíduo como um todo, de forma suave, gradual e definitiva, sempre levando em conta as características peculiares de cada um.
Prevenir é melhor que remediar. Pediatria e homeopatia. Esta é uma ótima parceria que ajuda cada criança a crescer e se desenvolver com todo o seu potencial de forma saudável, dentro do seu ritmo próprio, respeitando sua individualidade, sua capacidade e suas limitações.

DR.YECHIEL MOISES CHENCINSKI
Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Dr. Yechiel é especialista em pediatria pela Santa Casa de São Paulo e em homeopatia pelo Centro de Estudos, Pesquisa e Aperfeiçoamento em Homeopatia (CEPAH). Dr. Yechiel também é autor dos livros “Homeopatia mais simples do que parece” (Pólen Editorial, 2007) e "Gerar e Nascer - um canto de amor e aconchego" (Pólen Editorial, 2008).

As pessoas mentem três vezes em 10 minutos


Segundo especialistas, as técnicas de dissimulação são aprendidas pelas crianças desde cedo - e não por meio de colegas, mas com os próprios pais

O professor de psicologia Robert Feldman, da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, filmou a interação entre mais de 50 pares de pessoas que acabavam de se conhecer e constatou que elas mentiam em média três vezes numa conversa de dez minutos. Feldman, uma autoridade mundial sobre o tema e autor do livro recém-lançado no Brasil "Quem É O Mentiroso da Sua Vida? Por Que As Pessoas Mentem e Como Isso Reflete no Nosso Dia a Dia", constata que recorrer a desvios da verdade, além de ser quase uma questão cultural, é um recurso de sobrevivência social inescapável.
"Em geral, mentimos para tornar as interações sociais mais fáceis e agradáveis, dizendo o que os outros querem ouvir, ou para parecermos melhores do que realmente somos", disse. Segundo ele, o problema é que meros desvios dos fatos podem crescer e virar uma bola de neve, gerando relacionamentos baseados no engano. "Devemos ser mais verdadeiros e demandar a honestidade", conclama Feldman. Na maioria das vezes, a realidade é deturpada sem malícia. São as mentiras brancas, que funcionam, nas palavras do especialista, como "lubrificantes sociais". Isso não acontece apenas nas conversas entre estranhos, permeia também os relacionamentos mais íntimos e relações familiares.
A psicóloga carioca Mônica Portella estudou sinais não verbais da comunicação, como movimentos dos olhos e gestos das mãos, para ver se é possível detectar os momentos em que uma pessoa diz inverdades. "A taxa de acerto de um leigo é de 50%", revela. Segundo especialistas, as técnicas de dissimulação são aprendidas pelas crianças desde cedo, e não por meio de colegas, mas com os próprios pais. "O processo educacional inibe a franqueza", aponta a professora de psicologia social da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro,Teresa Creusa Negreiros. Segundo ela, uma menina que ganha uma roupa será vista como mal-educada se disser, de cara, que achou o modelo feio.
O paradoxo é que, embora a sociedade condene a mentira, quem falar a verdade nua e crua o tempo todo será considerado grosseiro e desagradável. "Mentir por educação é diferente de ter um mau caráter", pondera Teresa. Mas, para Feldman, mesmo as mentiras inofensivas devem ser evitadas, com jeitinho. "Nossos filhos não precisam ser rudes e dizer que detestaram um presente, mas podemos ensiná-los a ressaltar algum aspecto positivo dele, em vez de dizer que gostaram", observa. Segundo a psicanalista Ruth Helena Cohen, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além das mentirinhas brancas, há aquelas contadas com dolo: são trapaças e traições para beneficiar quem conta ou prejudicar o outro, como ganhar uma confiança não merecida ou cometer uma fraude financeira. Em casos mais raros, a mania de inventar e alterar os acontecimentos pode revelar uma patologia. É a chamada "mitomania", ou compulsão por mentir, que demanda tratamento psicológico. Uma das razões pelas quais contamos tanta mentira é que raramente nos damos mal por isso. O mentiroso tem duas vantagens: a maioria das conversas está baseada na presunção da verdade e é praticamente impossível identificar uma inverdade no ato.
Revista Istoé, Maíra Magro – 20/09/2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Briguentos têm menor capacidade de lidar com frustrações e limites

Eles têm entre 15 e 25 anos e estão por toda a parte. Suas vítimas preferidas são pessoas franzinas e tímidas, sempre desacompanhadas. De onde vem tanta violência? “Os briguentos tendem a cultivar uma imagem idealizada da família, têm menor capacidade para lidar com frustrações e limites, são mais agitados, e geralmente se mostram inconformados com as dificuldades da vida”, diz o professor doutor Luiz Gonzaga Leite, coordenador do departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula (SP).
Leite diz que a rebeldia é normal, inclusive na formação da identidade, mas a violência não. “Sem polemizar sobre os fatores sociais malresolvidos, como o comprometimento da educação, da segurança e do emprego no país, acabamos nos voltando para as relações familiares, que ainda são o centro de muitos distúrbios apresentados pelos jovens.”
Pais que não impõem limites desde cedo aos filhos e não demonstram interesse por sua rotina de vida, seja na escola, seja nos relacionamentos pessoais, são apontados como coadjuvantes das ações de violência praticadas pelos jovens.
“Há pais tão voltados para seus próprios problemas que simplesmente perdem o interesse pelos filhos. Essa atitude é uma forma de demonstrar que não se importam com o que fazem ou deixam de fazer. É o estresse e a depressão devassando as relações familiares”, diz o especialista.

Leite aponta 5 medidas que podem ser adotadas para evitar desfechos trágicos:
1. É necessário impor limites às crianças e ensiná-las a respeitar os outros, quem quer que sejam, desde muito cedo; estabelecer limites é um ato de amor;
2. Não se pode abrir mão de conhecer bem a escola do filho, seus amigos, e exigir que a escola adote um posicionamento enérgico em casos de agressão;
3. Os problemas de relacionamento dos filhos merecem muita atenção, por mais que isso exija disposição extra dos pais ao chegar em casa depois de um dia de trabalho estressante;
4. Não se devem fazer todas as vontades dos filhos por “preguiça” de negociar; negligenciar essa responsabilidade é correr riscos de transformar os filhos em psicopatas sociais;
5. Não se deve ceder aos desmandos da criança por culpa. Isso é muito comum entre pais divorciados ou que trabalham muito, por exemplo. Mais vale resolver o problema com terapia do que comprometer a formação do filho.

Prof. Dr. Luiz Gonzaga Leite, coordenador do departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula (SP)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Programa do Distrito Federal abre inscrições para pessoas abrigarem crianças

Temporadas em casas de família evitarão que crianças em situação de vulnerabilidade, expostas a situações de insegurança ou sem condições de viver com suas famílias originais tenha que se mudar para um abrigo

Uma alternativa aos abrigos de crianças e adolescentes pode mudar a trajetória de jovens que precisaram se afastar da família biológica. Na tarde de ontem (14), a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) lançou o programa Família Acolhedora, que encaminhará meninos e meninas para casas de pessoas dispostas a recebê-los. As famílias podem se cadastrar para receber um morador temporário, e o tempo máximo de permanência das crianças é de seis meses , até que a situação delas se resolva. No Distrito Federal, há cerca de 800 crianças e adolescentes vivendo em abrigos e casas-lares. A minoria é de órfãos, pelo menos 80% delas têm pai ou mãe, mas saíram de casa por estar em situação vulnerável. Para uma criança, o risco vem da exploração sexual, agressões em casa, trabalho forçado antes da hora, entre outros. Normalmente, as crianças recolhidas nesses casos seguem para abrigos.
No período em que o projeto estabelece para a acomodação por voluntários, os assistentes sociais tentarão a reintegração com a família biológica ou a fila da adoção. Quando o semestre terminar, os garotos terão um lugar fixo para voltar. As famílias interessadas em participar do projeto poderão abrigar uma criança ou duas, no caso de irmãos. Cada família acolhedora receberá uma bolsa de R$ 415 para custear alimentação, material escolar e outros itens necessários para o abrigado.
O representante da família assinará uma declaração afirmando que não deseja adotar a criança. A intenção do projeto não é funcionar como um teste antes da adoção. Não é preciso ser casado nem ter filhos para se candidatar, mas todos os componentes da família devem estar de acordo com a proposta. Segundo a secretária do Sedest, Eliana Pedrosa, “hoje as crianças são direcionadas a abrigos, mas a situação lá nunca se equivale à de uma família, e essa é uma situação o mais próxima possível do seu próprio lar”, explicou. De acordo com a promotora de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude Fabiana Pinheiro, o modelo de instituição de abrigo para crianças e adolescentes está superado e é preciso pensar em alternativas. “Essas crianças têm o direito de viver em uma família e o abrigamento deve ser uma medida excepcional”, destaca. Para ela, as famílias devem ser bem selecionadas e preparadas para o acolhimento. Fabiana lembrou que, no DF, as crianças ficam abrigadas por uma média de dois a quatro anos.

Grávidas - Não só as crianças e adolescentes terão apoio quando precisarem. Grávidas e mães com problemas econômicos ou emocionais podem participar do projeto Mobilização pela Vida, também lançado ontem (14) pela Sedest. A proposta é ajudar as mulheres e orientar as que não querem o filho a proceder de maneira correta optar pela adoção dentro da lei. O objetivo é evitar o abandono de recém-nascidos em lugares que ofereçam riscos à vida da criança, como paradas de ônibus, córregos e até latas de lixo, entre outros locais onde já foram encontrados bebês largados pelos pais ou somente pela mãe. Nos casos em que a mãe quer ficar com o bebê, mas passa por dificuldades, a criança pode ficar em um abrigo até a mulher se restabelecer. Equipes da Sedest tentarão melhorar as condições de vida da mãe, seja com um curso profissional, uma vaga de trabalho ou ajuda psicológica. A identidade da mulher será preservada e ela pode procurar ajuda em qualquer unidade da secretaria, como nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).
Correio Brasiliense (DF) – 15/09/2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Novo ENEM vai mudar forma de ensinar e avaliar o conhecimento

O novo conceito do Exame Nacional do ensino médio (Enem), a ser testado nos dias três e quatro de outubro, será o passo decisivo de uma revolução na educação do País. Para os alunos se saírem cada vez melhor nele e terem a oportunidade de ingressar em universidades de qualidade, as escolas já estão repensando o jeito de ensinar, desde a educação infantil.
Em maio foi divulgada a reformulação da prova, criada em 1998. As alterações serão decisivas para boa parte dos cerca de 1,5 milhão de estudantes que ingressarão na universidade no ano que vem. Para isso, as instituições de ensino terão de oferecer aos estudantes a oportunidade de debater um mesmo assunto em várias matérias do currículo escolar, de maneira integrada. Os professores também serão obrigados a se atualizar. Quem não voltar a estudar e valorizar a transmissão de um ensino inteligente, está fadado a ficar para trás. O Enem se tornou um indicador de qualidade tão importante que pais de crianças já escolhem a escola dos filhos usando o ranking como critério.
Para o coordenador de vestibular do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, Osmar Ferraz, a preocupação é válida, mas precipitada. Primeiro por não existirem garantias - apesar de ser a hipótese mais provável - de que as escolas campeãs no Enem hoje continuem assim com o passar do tempo. Segundo, porque vale mais optar por uma instituição na qual os valores são semelhantes aos da família da criança. Por fim, deixar a criança numa escola em que ela não consegue acompanhar o ritmo puxado pode ser um massacre, que gera traumas e interfere na boa formação.
Pais que desejam garantir uma educação de qualidade devem ficar atentos se a escola escolhida está adaptada às atuais regras do ensino fundamental. Antes, era obrigatório dos sete aos 14 anos (da 1ª a 8ª série). A nova faixa etária vai dos seis aos 14 anos (do 1° ao 9° ano). Além de um ano a mais de estudo, as diretrizes pedem espaço ao conceito de letramento, que significa ensinar as crianças a ler e escrever compreendendo a essência dos exercícios. Mas nem todos os educadores estão otimistas com as mudanças. Os críticos dizem que estudantes do Sudeste que não alcançarem pontuação para estudar nas faculdades de seus estados terão nota suficiente para cursar as instituições do Norte e Nordeste, tomando o lugar dos candidatos dessas regiões.
A discussão retorna à necessidade de um investimento de impacto no ensino público para que a desigualdade social, ao invés de aumentar, ganhe menores proporções. O programa Ensino Médio Inovador é um caminho. Em três anos, o Ministério da Educação (MEC) espera que o Enem seja o principal processo de seleção de universidades públicas e privadas. Caso a evolução do Enem se concretize, juntamente com as mudanças positivas prometidas para os ensinos fundamental e médio, a esperança é que em dez anos, cálculo dos especialistas, a educação brasileira forme pessoas mais preparadas para a vida - e resulte em uma nação cada vez melhor. Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o Enem, no seu formato original, falhou no seu principal propósito, que era acabar com o vestibular tradicional.
As principais universidades não viam o Enem como um instrumento adequado para seus processos seletivos nem os secretários estaduais viam no exame o formato adequado para orientar o currículo do ensino médio. “Daí a mudança foi necessária e recebeu apoio em função de ter sido um formato negociado, tanto com os secretários estaduais quanto com os reitores”, observa. O ministro diz não ter dúvidas que o Enem vai mudar o jeito de as escolas ensinarem. “Ele vai reorientar o ensino médio, fazendo com que diminua o conteúdo e permita o aprofundamento dos temas pertinentes a essa etapa de ensino”, afirma. A secretária de Ensino Superior do MEC, Maria Paula Dalari, acredita que essas universidades ainda se conscientizarão da importância do exame. "Ele é um instrumento para elevar a qualidade do ensino no País, conclui."
Revista Istoé, Francisco Alves Filho e Suzane G. Frutuoso – 13/09/2009

Veja também o post sobre o Simulado do ENEM lançado pela Gillette

terça-feira, 15 de setembro de 2009

ANDI lança Guia de Referência sobre Educação

A ANDI - Agência de Notícias dos Direitos da Infância lança "Educação no Brasil - Guia de Referência para a Cobertura Jornalística" que tem como objetivo apoiar o aprimoramento do trabalho das redações sobre a educação brasileira, oferecendo uma rápida compreensão da estrutura de nosso sistema educacional, seus principais atores, as fontes de financiamento e os marcos regulatórios, entre outros aspectos fundamentais do tema. A iniciativa tem o patrocínio da Petrobras e apoio do Unicef.
O Guia é a segunda publicação de uma série produzida pela ANDI. Ele tem a intenção de oferecer referências para a cobertura jornalista aos profissionais de comunicação, estudantes de jornalismo e demais leitores interessados em conhecer melhor o dinâmico processo de construção da notícia que tem como foco a agenda social.
Há anos, o monitoramento que a ANDI realiza sobre a cobertura que os jornais e revistas brasileiros dedicam às temáticas relacionadas à infância e à adolescência tem apontado a educação como tópico que concentra o maior volume de notícias. Com a quantidade de informações disponíveis à população, espera-se que a imprensa avance também em termos qualitativos, contribuindo de forma cada vez mais efetiva no processo de acompanhamento crítico das políticas públicas do setor educacional.
O guia dá um panorama, por exemplo, sobre o papel da educação na superação da pobreza, pois quanto maior a escolaridade do trabalhador, maior sua remuneração e menor o risco de desemprego e, no momento em que a escola se torna efetivamente, um direito universal, ainda resta ao país o desafio de disponibilizar um ensino de qualidade a todos.
A obra também tenta responder a pergunta: O Brasil investe pouco em educação ou gasta mal seus recursos? A resposta para essa questão não é unânime entre especialistas e, nesse caso, não se deve descartar também uma terceira opção: gastamos pouco e mal.
Para ajudar a entender esse cenário, ainda são apresentados nesta publicação alguns dados comparativos entre o Brasil e outros países. Embora tenham uma série de limitações - que devem ser observadas caso a caso -, eles ajudam a ter importantes parâmetros para identificar o perfil do gasto feito em educação no país. Esperamos que com esse guia de referência seja de proveito para todos os profissionais que almejam ampliar e, especialmente, qualificar a pauta da educação nos meios de comunicação brasileiros.

Clique aqui para fazer o download da publicação

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Educação Infantil: publicações sobre ações inovadoras do MEC

Navegar nos muitos sites do Ministério da Educação pode ser uma experiência curiosa, em meio a muito material político é possível também encontrar algumas estatísticas muito importantes para o planejamento da educação e também uma série de materiais sobre ações inovadoras em educação.

Pesquisa avalia os hábitos, comportamento e saúde mental de crianças e adolescentes



Estudo Projeto Atenção Brasil revela que 59% das crianças são nervosas e 6% já mencionaram a intenção tentar o suicídio

Pesquisadores brasileiros, em parceria com as Universidades de Duke (EUA) e La Sapienza (Roma), iniciam este mês uma pesquisa inédita sobre os hábitos, comportamento e saúde mental das crianças e adolescentes brasileiros, o chamado Projeto Atenção Brasil. A proposta dos pesquisadores é coletar informações de aproximadamente 15 mil crianças e jovens de todo o território nacional. De acordo com o coordenador da ação e neurologista infantil, Marco Antônio Arruda, o principal objetivo é identificar os fatores de proteção e de risco para o desenvolvimento e saúde mental das crianças e dos jovens, fato que possibilitará a criação de medidas preventivas e de intervenção eficazes voltadas para esse público.
O estudo será conduzido a partir de informações obtidas dos pais, professores e profissionais voluntários das áreas de saúde e educação. Eles integram a comunidade acadêmica e virtual "Aprender Criança", criada em 2006 e que conta hoje com 2 mil pessoas interessadas em Neurociências e Educação. Além de avaliar a incidência de transtornos neuropsiquiátricos, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), depressão e enxaqueca, a pesquisa estima também o uso do tabaco ou bebida alcoólica pelas mães durante a gestação, hábitos de sono e uso excessivo da mídia eletrônica (televisão, videogame e computador) pelas crianças e jovens. Todos esses aspectos influenciam na formação do feto, e pela primeira vez no Brasil uma pesquisa de âmbito nacional pretende viabilizar medidas de prevenção e intervenção eficazes para essa faixa etária da população. Os estudiosos irão avaliar a habilidade do público infanto-juvenil em enfrentar dificuldades e reprovar.
Para a segunda etapa, os pesquisadores irão se basear no estudo piloto realizado pelo Instituto Glia, empresa especializada na área de Neurociências aplicadas à Educação, em que foram avaliadas 1.994 crianças da rede pública de ensino com idade entre cinco e doze anos. Os resultados obtidos nessa primeira etapa chamaram a atenção dos estudiosos. Isso porque eles mostraram que para os pais, apenas 86% das crianças são felizes, 29% das mães fumaram e 10% ingeriram bebida alcoólica durante a gestação de seus filhos, fatores que interferem diretamente na saúde mental das crianças. Essas primeiras análises também mostraram que sete em cada grupo de dez crianças assistem televisão todos os dias; e uma em cada quatro joga videogame com essa mesma frequência; 54% desobedecem em casa e 28% na escola; enquanto 20% apresentam dificuldade escolar importante.
Outros fatos também revelados pela pesquisa é que para os pais, 59% das crianças são consideradas nervosas; 40% mal humoradas; 28% delas sentem-se sozinhas, remetendo a características de solidão; 23% apresentam dificuldades de relacionamento. E o mais grave: cerca de 6% do público pesquisado já mencionou a intenção de tentar o suicídio.
Diário do Nordeste (CE) -13/09/2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Crianças valorizadas pelos pais tornam-se adultos bem resolvidos

Pais que exigem demais dos filhos e aparentam decepção quando eles não atingem o idealizado minam a confiança em desenvolvimento

Carinho e cuidado são o que os pais costumam considerar a base da educação dos filhos pequenos. Acreditam ser o suficiente nos primeiros anos. O que muitos não imaginam é que gentileza e valorização dos acertos fazem toda a diferença para que os filhos se tornem pessoas confiantes. Essa essência da autoestima se forma cedo, até os sete anos. De acordo com a psicóloga Ana Maria Rossi, da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), nessa fase, a criança já desenvolveu o próprio ego de acordo com os exemplos dos pais e da sociedade. "É uma construção que depende inteiramente da relação com os adultos importantes para ela", diz. Já quem é massacrado pelo excesso de expectativas dos pais, é humilhado e reprimido em sua espontaneidade, pode ter o futuro comprometido. "Não é uma condição imutável", afirma Ana Maria. "Mas sofrimento e prejuízos sérios nesse período marcam profundamente."
Um estudo da Lund University, na Suécia, publicado no mês passado no "Journal of Psychiatry and Menthal Health Nursing", aponta que a baixa autoestima está associada à rejeição. Cientistas da Universidade McGill, no Canadá, descobriram que pessoas que se sentem desvalorizadas podem apresentar uma diminuição da área do cérebro responsável por armazenar lembranças, como as da infância.
Pais que exigem demais dos filhos e aparentam decepção quando eles não atingem o idealizado minam a confiança em desenvolvimento. A criança, em sua fantasia, acredita que não ser capaz diante do olhar paterno e materno, o que significa não merecer amor. Segundos os especialistas, negligenciar a expressão de sentimentos e reprimir com frases como "cala a boca" ou "isso é assunto de adulto" também são maléficas. Para a professora de psicopatologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, Cristine Lacet, o diálogo é a chave para a garotada aprender a confiar e a verbalizar sentimentos e opiniões. "Acolher dificuldades durante a conversa, sem criticar, ajuda na segurança, assim como ter os avanços reconhecidos também é fundamental", diz a psicóloga. De acordo com ela, é assim que eles percebem que estão indo bem ao vencer barreiras como timidez ou medo de não entender o que a professora explica em sala de aula. Para o terapeuta de família Moisés Groisman, a baixa autoestima não é um traço de personalidade e, sim, o reflexo de desajustes em casa. "A autoestima fraca não é o primeiro sintoma das crianças que aparecem no consultório", diz. "Elas chegam, geralmente, com problemas de aprendizado.
Depois, descubro que não são valorizadas na família, que há dificuldade de relacionamento entre os pais”, afirma. Saber que o erro faz parte das possibilidades, sem deixar se intimidar, é uma característica de quem tem autoestima.
Revista Istoé – 06/09/2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Inclusão escolar de crianças com deficiência ainda é um desafio

Forma de inserir crianças com deficiência gera divergências entre pais, educadores e especialistas, e os professores se dizem despreparados para a inclusão

Sofrendo todo tipo de preconceito para estudar e às vezes negligência ou abandono por parte das escolas, as crianças com deficiência querem continuar os estudos e lutam com suas famílias para isso. Elas têm o apoio da legislação, que prevê a educação para todos, com respeito e acolhimento das diversidades, mas a realidade do sistema educacional brasileiro, na prática, está muito distante do que determina a lei. Há mais de 300 mil crianças com alguma deficiência matriculadas em colégios regulares e outras 342 mil em escolas especiais. O desafio a ser enfrentado pela sociedade é como unir esses universos, garantindo que alunos sejam efetivamente incluídos e atendidos em suas especificidades. Incluir, nesse contexto, é bem mais do que colocar na sala de aula. Todos concordam com a inclusão, mas discordam sobre como fazê-la.
De um lado, liderados pelas escolas especiais e pelas redes como Apae, estão os defensores de uma inclusão gradual, dentro de um processo, feita com acompanhamento especial. De outro, organizações não-governamentais ligadas ao tema defendem a inclusão obrigatória e a diminuição da rede especial. Para elas, só com a entrada em massa das crianças e jovens na rede regular é que o sistema se adaptará e passará a acolhê-los. Seja como for, além da falta de infraestrutura, de metodologia, de materiais didáticos e de professores de apoio, o desafio maior é o preconceito.
Pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), sob encomenda do Ministério da Educação (MEC), com 18.599 estudantes, pais e mães, professores e funcionários da rede pública do País, mostrou que 96,5% deles têm preconceito e querem manter distância de pessoas com deficiência. Levantamento do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), encomendado pela Fundação Victor Civita, apontou que 96% dos professores se dizem despreparados para a inclusão e 87% deles nunca receberam treinamento. O debate é complexo e delicado, envolve governos, famílias, equipe escolar e organizações da sociedade civil. Evidencia também todas as falhas da própria escola com todos seus alunos: excesso de estudantes em sala de aula, falta de acompanhamento individual, professores despreparados e episódios de violência. O resultado final é a falta de aprendizagem.
Para quem participa do debate, o despreparo não pode impedir o processo, que deve ser a inclusão total no colégio. Segundo a presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Claudia Grabois, a escola só estará preparada quando os alunos estiverem lá. “Sei que é difícil, mas precisamos insistir ou nunca teremos uma escola para todos", diz. Para a representante da Apae de São Paulo, Liliane Garcez, se trata de um movimento em curso. "É um processo social, que já avançou na legislação e está progredindo nas escolas", afirma. O resultado que todos esperam, como resume Liliane, é uma escola que dê conta da diversidade humana, capaz de ensinar a partir das diferenças. "É a escola que queremos para todos”, ressalta.

Terapia - Mais de 200 crianças com deficiência matriculadas regularmente nas escolas municipais de Roraima serão atendidas pelas sessões de cinoterapia (terapia com cães). O projeto implantado pela Prefeitura de Boa Vista utilizará cães para ajudar no desenvolvimento de aprendizagem das crianças com deficiência, estimulando a socialização e ajudando a desenvolver a saúde emocional. Durante cada sessão, os alunos realizarão atividades simples, como tocar, brincar, passear, escovar, alimentar e abraçar o animal. A intenção é desenvolver a sensibilidade, o lado psicológico e a motricidade do aluno. Também serão utilizadas brincadeiras como bambolê e jogos com bolas. Um terapeuta acompanhará as atividades, anotando a execução feita pela criança.
Ao final de um período, o profissional poderá verificar a evolução do paciente e passar exercícios direcionados. A cinoterapia é uma atividade que está associada às outras terapias existentes no Centro, como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, pedagogia e psicopedagogia. Os cães ajudam as crianças a superar problemas emocionais, melhorando a qualidade de vida e estimulando de várias formas a inclusão social. Para a terapia serão utilizados quatro cães das raças bulldog, chow-chow e um casal de shih-tzu. O cão de terapia é um animal dócil, socializado, ou seja, convive com pessoas e animais estranhos e é receptivo a carinhos e afagos.
O Estado de São Paulo (SP), Simone Iwasso – 06/09/2009; Folha de Boa Vista (RR) – 08/09/2009

Oficina de arte em vidro gratuita com Debora Muszkat

O Projeto Fusão, da artista plástica Debora Muszkat, fica durante todo o ano no Centro da Cultura Judaica,
em workshops semanais onde o público aprende, de forma lúdica, as técnicas da arte vidreira como corte, colagem, pintura, modelagem do cristal e fusão do vidro.

O projeto Fusão propõe um novo olhar para os nossos resíduos industriais, ambientais e naturais, com foco nas embalagens de vidro descartadas, mas vai além. Com o encontro do belo naquilo que parecia lixo, a artista Debora Muszkat quer despertar uma discussão sobre a capacidade das pessoas de se relacionarem,
interagirem e buscarem nas diferenças a construção de um novo modelo social.

Especializada em arte vidreira na Inglaterra, Debora Muszkat trabalha com diversas linguagens artísticas, entre elas desenho, pintura e vídeos. Fundou o projeto Oficina de Vidro com a Secretaria de Estado da Cultura e desde 1986 expõe seus trabalhos no Brasil e no exterior.

O workshop tem entrada franca, mas quem quiser contribuir com o Departamento Sócio-Cultural do Centro da Cultura Judaica pode trocar o ingresso por um quilo de alimento não perecível a ser doado ao projeto Ajuda Alimentando mantido pela instituição.
Serviço
Local: Entrada do Centro da Cultura Judaica
Oficina de vidro com Debora Muszkat

Datas em 2009
Setembro: 6 e 17
Outubro – 6 e 17
Novembro – 10 e 21
Horários: das 15h às 17h
Local: 5º andar. Duração: 2h30.
Idade: a partir de 10 anos.
Vagas limitadas
Entrada: 1 quilo de alimento não perecível a ser doado ao projeto Ajuda Alimentando.
Ingressos limitados. Retirar com 1 hora de antecedência.
Sujeito à lotação do espaço.
Centro da Cultura Judaica
Rua Oscar Freire, 2500 telefone: 3065-4333 http://www.culturajudaica.org.br/

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Palhaços brasileiros e franceses juntos na Enfermaria do Riso

No Ano da França no Brasil, o programa Enfermaria do Riso recebe o aclamado projeto francês Le Rire Médecin, que reúne palhaços que atuam em hospitais franceses há 18 anos. A coordenadora do grupo, Caroline Simonds, dará um workshop para os alunos da Enfermaria do Riso e uma palestra aberta à comunidade. O Enfermaria do Riso tem como ação principal a atuação artística dos estudantes da Escola de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) como palhaços em hospitais e enfermarias. A oficina será realizada de 7 a 10 de setembro, na Escola de Teatro da UNIRIO.
“Será uma grande oportunidade para a troca. O Enfermaria do Riso terá bastante a aprender com o Le Rire Médécin, que, por sua vez, verá de perto a atuação dos palhaços brasileiros em hospitais. São parcerias como essa que dão ainda mais valor ao Ano da França no Brasil”, comemorou o diretor de Relações Internacionais do Ministério da Cultura, Marcelo Dantas.
Além da oficina, será realizada uma conferência aberta ao público no dia 10 de setembro, a partir das 10h30, no hotel Sofitel Rio de Janeiro Copacabana. O programa Enfermaria do Riso é convidado de honra juntamente com o Le Rire Médecin e o projeto Doutores da Alegria, fundado e dirigido pelo ator Wellington Nogueira. Na abertura, será apresentada uma exposição fotográfica dos projetos no hall do hospital. O evento também conta com a participação de representantes da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras), do Hospital das Clínicas de Niterói e da multinacional farmacêutica LFB Brasil.
A agenda do encontro também inclui um ciclo de visitas às unidades de saúde parceiras da Enfermaria do Riso: o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), o Instituto Fernandes Figueira (IFF), da Fiocruz, e o Hospital da Lagoa.
O programa Enfermaria do Riso foi criado em 1998, com concepção e coordenação de Ana Achcar, professora doutora da Escola de Teatro da UNIRIO e diretora de extensão. “Eu me sinto premiada ao ver a Enfermaria do Riso ser avaliada por um programa parceiro, com a envergadura e a competência do Le Rire Médecin. É emocionante, porque eles participaram da nossa construção e do nosso crescimento”, comentou Ana.

Serviço:
Oficina
De 7 a 10 de setembro
Escola de Teatro da UNIRIO

Conferência
10 de setembro, às 10h30
Sofitel Rio de Janeiro Copacabana

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Câmara aprova limite de alunos em sala de aula

O texto altera a Lei de Diretrizes e Bases, que não estabelece limite de alunos. Para creches e pré-escola, os novos parâmetros variam por faixa etária A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou ontem (02) proposta que limita o número de alunos por professor nas salas do ensino infantil, básico e fundamental. O projeto estabelece que turmas do ensino médio e dos quatro anos finais do ensino fundamental não ultrapassem os 35 alunos. Já turmas dos primeiros cinco anos do fundamental serão limitadas a 25 estudantes. Aprovada em caráter terminativo na comissão, a proposta vai agora para o Senado. O texto altera a Lei de Diretrizes e Bases, que atualmente não especifica o número exato de alunos por turma.
Cada rede de ensino organiza as salas conforme a demanda. Para creches e pré-escola, os novos parâmetros variam por faixa etária: cinco crianças de até um ano por professor; oito de um a dois anos; 13 de dois a três anos; e 15 de três a quatro anos. Para crianças de quatro a cinco anos, o limite é de 25 alunos por adulto.
As mudanças valeriam para o ensino público e o privado. A proposta foi redigida na Comissão de Educação da Câmara pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), com base em projetos de Jorginho Maluly (DEMSP) e Leonardo Quintão (PMDBMG). Eles dizem que a limitação de alunos por professor acabaria com a superlotação e garantiria mais qualidade de ensino. O MEC não comentou a proposta. Nos bastidores, especialistas da pasta dizem que ela é inconstitucional, por gerar novas despesas sem apontar fonte de custeio para a contratação de mais professores, entre outras medidas necessárias. Após a aprovação da lei, as escolas terão prazo de três anos para se adaptar às novas medidas.
200 Dias - O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou ontem (02) parecer que determina que as escolas cumpram a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que estabelece 200 dias letivos por ano. A discussão sobre a necessidade ou não de cumprir a legislação se deu pelo adiamento da volta às aulas no início de agosto por causa da gripe suína. A decisão do CNE se sobrepõe às dos Conselhos Estaduais de Educação - o de São Paulo, por exemplo, havia divulgado que os colégios poderiam cumprir 800 horas por ano, caso não conseguissem dar os 200 dias.
O Globo (RJ), O Popular (GO), O Estado do Paraná (PR), Zero Hora (RS), Jornal de Brasília (DF) – 03/09/2009

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Projeto de leitura leva escola a alcançar melhor índice no ES

Professora incentiva alunos a levarem livros para casa e os pais se tornam aliados à leitura. Em sala de aula, as crianças trocam experiências, contam como foi a leitura e o que acharam do livro

Na escola Leonel de Moura Brizola, em Vila Velha (ES), cerca de 360 alunos do 1º ao 5º ano participam de projetos de leitura e levam para suas casas, quase todos os dias, livros de literatura infantil. A escola possui o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do município, e o quarto melhor do estado. Um dos projetos, "A Magia da Poesia" é desenvolvido pela professora do 5º ano, Paula da Silva Lopes. Além de levar os alunos para a biblioteca pelo menos uma vez por semana, para contar histórias e ler livros de poesias, ela incentiva que eles levem os livros para casa, e com os pais, façam leituras dinâmicas. Segundo ela, quando os alunos chegam na sala de aula, trocam as experiências, contam como foi a leitura e o que acharam do livro. “Os alunos se mostram cada vez mais interessados pela leitura e, com isso, os índices de avaliação da escola sobem”, afirma a professora. Para ela a formação vai melhorando ao longo dos anos. “E a gente sente que eles estão pegando o gosto pela leitura", observa.
Desafio - No seminário sobre o novo ensino fundamental realizado ontem, em Vila Velha, o técnico em Assuntos Educacionais do MEC, Paulo Alves da Silva, entregou aos representantes municipais um documento que orienta passo a passo o processo de implantação do ensino fundamental de nove anos. O maior desafio para implantação do currículo para crianças de seis a oito anos de idade é o estudo da infância, segundo Silva. "Pensar um currículo para essas crianças e reestruturar o currículo do ensino fundamental é um desafio grande que demanda estudo e gera tensão dentro das escolas, dentre a equipe de gestores e da secretaria de educação", afirma. Cada município está definindo como preparar os professores: alguns criam cursos de formação específica, outras produzem seu próprio material de formação dos profissionais.
A Gazeta (ES) – 02/09/2009

Palmada, não

Em 24 países, existem leis contra o tapa nas nádegas. No Brasil, bater em nome da disciplina divide opiniões

Dar ou não palmadas em crianças como forma de puni-las e mostrar o certo e o errado gera controvérsia nos pais. Prova disso é um referendo nacional que ocorreu há duas semanas, na Nova Zelândia. Há dois anos, o país tornou a palmada crime. Além do tapa nas nádegas, outras formas de agressão - ditas brandas - contra crianças e adolescentes, como beliscões e puxões de orelha, passaram a render ao agressor (em quase 90% dos casos, pais ou mães) o pagamento de multas, encaminhamento a programas de reabilitação e até mesmo à prisão. Leis contra a palmada existem em 24 países, mas a da Nova Zelândia é a mais severa. No Brasil, o assunto também divide opiniões. O designer gráfico Flávio Evangelista, 39 anos, e sua mulher, a administradora Keila, 32, são contra qualquer tipo de agressão física. O casal é pai de Pietro, de dois anos, e é conhecido na escola do menino pela facilidade de diálogo. "É ilusão achar que quem dá palmadas hoje não vai bater mais forte amanhã", diz o psicólogo Cristiano Longo, autor de uma tese de doutorado sobre violência doméstica contra crianças e adolescentes pela Universidade de São Paulo (USP).
Pesquisas têm demonstrado também que esse tipo de comportamento, além de não surtir efeitos disciplinares práticos, contribui para o distanciamento familiar, o medo, a insegurança e a baixa autoestima das crianças. A educadora Cris Poli, a supernanny, do SBT, ensina às famílias o artifício do "cantinho da disciplina". Em momentos de birra, de dificuldade de diálogo e de nervosismo extremo, a saída é levar a criança para um local específico da casa para que ela reflita sobre o que fez de errado. Essa importante mudança de comportamento do brasileiro começou no início da década de 1990, com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que protege crianças e adolescentes dos maus-tratos e agressões. A lei é ampla, mas as palmadas podem ser enquadradas nela.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) propôs, em 2003, um projeto de lei específico sobre o tema, proibindo as diferentes formas de castigo físico. "Nossa intenção não é punir os pais, é educá-los", diz ela.
Revista Istoé, Claudia Jordão - 30/08/2009