A fala se desenvolve principalmente nos três primeiros anos de vida. Entre os 2 e os 6 anos, é comum que a criança apresente dificuldade em falar algumas palavras ou alguns sons mais difíceis. Neste período de aquisição de linguagem, a criança pode gaguejar, por estar em plena fase de aprendizagem da língua e por ainda não ter certeza de como pronunciar determinados sons. Nesses casos, pode haver a remissão espontânea da gagueira, quando o processo de aprendizagem se completa. Porém, a gagueira pode evoluir e se manifestar de diversas formas e intensidades e em diferentes períodos da vida de uma mesma pessoa. É importante que os pais prestem atenção às seguintes dicas:
· Veja se a criança sente muita dificuldade para articular determinadas palavras ou frases
· Preste atenção em sinais como tensão ou esforço ao falar, repetições mais rápidas e irregulares com finalizações repentinas
· Observar se ela apresenta dificuldade de relacionamento com os amiguinhos, se evita, sente medo ou frustração ao falar ou se responde apenas com movimentos de cabeça
· Observe há quanto tempo a criança apresenta disfluências e se existem outras pessoas na família que também apresentam dificuldades de fala
· Se perceber que a criança apresenta alguma dificuldade de fala, ajude-a a entender suas dificuldades para melhor lidar com as situações, de forma a obter mais segurança e diminuir a ansiedade
Caso a gagueira comece a ficar mais freqüente, recomenda-se avaliação e tratamento ou acompanhamento fonoaudiológico. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores poderão ser os benefícios da terapia.
De acordo com o IBGE, a população brasileira é de 192 milhões de pessoas. Segundo o Instituto Brasileiro de Fluência (IBF), a incidência da gagueira no Brasil é de 5%, ou seja, 9,5 milhões de brasileiros estão passando por um período de gagueira neste momento. Este número é maior do que a população da cidade do Rio de Janeiro. A prevalência da gagueira é de 1%, ou seja, 1,9 milhão de brasileiros gaguejam há muitos anos de forma persistente, crônica. Este número é maior do que a população de Manaus ou Curitiba.
Érica Ferraz, fonoaudióloga do Grupo Microsom
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O que você pensa a respeito?