A intenção é induzir os estados a saírem do atual modelo, dividido em disciplinas, para uma forma mais flexível, mais próxima por área de conhecimento
O Ministério da Educação (MEC) planeja aumentar a carga horária do ensino médio em 25%, passando das atuais 2.400 horas para 3 mil por ano. Dessas 600 horas a mais, 120 poderão ser usadas para disciplinas de livre escolha, desde aulas a mais de matemática ou português até teatro, música, artes ou esportes. A proposta, encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE), servirá de subsídio para estados que desejam alterar o atual modelo de ensino médio, considerado ultrapassado pelo Ministério. O MEC não tem o poder de definir a estrutura do ensino médio, atribuição de cada um dos estados. Em nível nacional, essa composição é determinada pelo CNE, um currículo mínimo, e pelas diretrizes nacionais, que mostram o que um estudante precisa saber depois de três anos de estudo.
A intenção é induzir os estados a saírem do atual modelo, dividido em disciplinas, para uma forma mais flexível. Para isso, o Ministério pretende que o CNE aprove as propostas de alterações de diretrizes com as recomendações de mais horas-aula, disciplinas eletivas e uma formulação mais livre, com o currículo organizado em núcleos temáticos. De acordo com o diretor de concepções e orientações curriculares para educação básica do MEC, Carlos Artexes, as disciplinas não necessariamente desaparecerão, mas a ideia é que sejam aproximadas por área de conhecimento. Conforme o presidente da Câmara de Educação Básica do CNE, Francisco Cordão, a proposta não é substituir um tipo de grade curricular por outro, mas que os professores possam trabalhar em conjunto.
Além das novas diretrizes, o Ministério deve entrar com recursos. Até o final deste ano, a intenção é assinar convênios para projetos-pilotos de novos modelos com os estados interessados. Até agora, o MEC tem recursos para financiar cem escolas com as menores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), onde serão testados os novos modelos didáticos.
Ensino Infantil - Além do ensino médio, o Ministério da Educação (MEC) pretende redesenhar a educação infantil, para alunos de zero a seis anos, solucionando as deficiências detectadas no ensino nessa fase. Com esse objetivo, o questionário “Indicadores da Qualidade na Educação Infantil” começou a ser distribuído ontem (04), em Curitiba (PR), durante o Fórum da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Segundo a secretária nacional da Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, a proposta é para que as avaliações sejam feitas com o máximo possível de participantes da comunidade, tendo como objetivo a melhoria da qualidade da instituição. O resultado da aplicação do questionário permitirá o levantamento de indicadores que serão analisados, aos quais serão atribuídos os conceitos (bom, merecedor de atenção ou grave). Além de avaliar a qualidade das unidades, o instrumento auxiliará na formação dos professores. Ainda serão enviados cerca de 300 mil questionários a escolas infantis, conselhos municipais e secretarias de Educação de todo o País.
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