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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pesquisa avalia os hábitos, comportamento e saúde mental de crianças e adolescentes



Estudo Projeto Atenção Brasil revela que 59% das crianças são nervosas e 6% já mencionaram a intenção tentar o suicídio

Pesquisadores brasileiros, em parceria com as Universidades de Duke (EUA) e La Sapienza (Roma), iniciam este mês uma pesquisa inédita sobre os hábitos, comportamento e saúde mental das crianças e adolescentes brasileiros, o chamado Projeto Atenção Brasil. A proposta dos pesquisadores é coletar informações de aproximadamente 15 mil crianças e jovens de todo o território nacional. De acordo com o coordenador da ação e neurologista infantil, Marco Antônio Arruda, o principal objetivo é identificar os fatores de proteção e de risco para o desenvolvimento e saúde mental das crianças e dos jovens, fato que possibilitará a criação de medidas preventivas e de intervenção eficazes voltadas para esse público.
O estudo será conduzido a partir de informações obtidas dos pais, professores e profissionais voluntários das áreas de saúde e educação. Eles integram a comunidade acadêmica e virtual "Aprender Criança", criada em 2006 e que conta hoje com 2 mil pessoas interessadas em Neurociências e Educação. Além de avaliar a incidência de transtornos neuropsiquiátricos, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), depressão e enxaqueca, a pesquisa estima também o uso do tabaco ou bebida alcoólica pelas mães durante a gestação, hábitos de sono e uso excessivo da mídia eletrônica (televisão, videogame e computador) pelas crianças e jovens. Todos esses aspectos influenciam na formação do feto, e pela primeira vez no Brasil uma pesquisa de âmbito nacional pretende viabilizar medidas de prevenção e intervenção eficazes para essa faixa etária da população. Os estudiosos irão avaliar a habilidade do público infanto-juvenil em enfrentar dificuldades e reprovar.
Para a segunda etapa, os pesquisadores irão se basear no estudo piloto realizado pelo Instituto Glia, empresa especializada na área de Neurociências aplicadas à Educação, em que foram avaliadas 1.994 crianças da rede pública de ensino com idade entre cinco e doze anos. Os resultados obtidos nessa primeira etapa chamaram a atenção dos estudiosos. Isso porque eles mostraram que para os pais, apenas 86% das crianças são felizes, 29% das mães fumaram e 10% ingeriram bebida alcoólica durante a gestação de seus filhos, fatores que interferem diretamente na saúde mental das crianças. Essas primeiras análises também mostraram que sete em cada grupo de dez crianças assistem televisão todos os dias; e uma em cada quatro joga videogame com essa mesma frequência; 54% desobedecem em casa e 28% na escola; enquanto 20% apresentam dificuldade escolar importante.
Outros fatos também revelados pela pesquisa é que para os pais, 59% das crianças são consideradas nervosas; 40% mal humoradas; 28% delas sentem-se sozinhas, remetendo a características de solidão; 23% apresentam dificuldades de relacionamento. E o mais grave: cerca de 6% do público pesquisado já mencionou a intenção de tentar o suicídio.
Diário do Nordeste (CE) -13/09/2009

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